Professora aliada ao movimento Escola sem Partido, Sandra Ramos, é nomeada coordenadora de materiais didáticos pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro. A nomeação aconteceu nesta quarta-feira (10), afirmando as especulações sobre o nome da profissional para o cargo.
O movimento do qual Sandra participa, a saber, é conhecido por alegar existir doutrinação política e ideológica nas escolas brasileiras. A professora, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, acumula críticas por defender o currículo com base em princípios religiosos.
Técnicos da pasta da Educação avaliam que a nomeação de Sandra surge como um processo de busca por espaço pela camada ideológica do governo. Muitos funcionários do MEC, segundo a Folha, acreditam que a escolha da professora representa um retrocesso e um risco de ideologização dos livros didáticos. Assim como pode modificar a política central no sistema educacional brasileiro.
“A nova coordenadora-geral dos livros didáticos no MEC é colaboradora do Escola Sem Partido, movimento que incentiva a perseguição a professores. A boiada está passando”, publicou nas redes sociais a presidente do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz.
Evangélica e assumidamente conservadora, Ramos tem um histórico de colaborações com o Escola sem Partido, fez lives recentes com um dos fundadores do movimento, Miguel Nagib, e também assinou artigos em um blog que faz críticas com viés ultraconservador ao material didático e à Base Nacional Comum Curricular. Entre as críticas no texto do blog há a preconização de que a base curricular deveria excluir menções à cultura africana e indígena e questões relacionadas à violação de direitos humanos na ditadura militar (1964-1985).
Ainda há a sugestão para incluir comparações da teoria de Charles Darwin com o criacionismo. O texto, do fim de 2018, foi assinado em conjunto por Ramos, pela atual ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e pelo professor Orley Silva, que já fez parte da equipe do MEC no governo Bolsonaro.
Além disso, Sandra Ramos é crítica da “ideologia de gênero”, termo que não compõe o vocabulário de boa parte dos educadores.
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