Moraes dá prazo para identificação de líderes de bloqueios pelo país

Segundo as informações oficiais, Ministro deu 48 horas para que polícia identifique os líderes dos movimentos que provocam bloqueios

O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu 48 horas para que a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as polícias civis e militar de todos os estados informem quais são os líderes e financiadores dos atos realizados na frente de quartéis das Forças Armadas.

A decisão tem como objetivo encontrar as pessoas que poderiam estar por trás do movimento que questiona o resultado das urnas. Na segunda-feira (7), policiais ficaram feridos no Pará e em Santa Catarina após confronto com manifestantes que seguiam tentando provocar bloqueios em vias importantes do país. As imagens da confusão seguem circulando pela internet.

“DETERMINO às Polícias Civis e Militares dos Estados e Distrito Federal, bem como à Polícia Federal e à Polícia Rodoviária Federal, o envio de TODAS AS INFORMAÇÕES sobre a IDENTIFICAÇÃO DOS CAMINHÕES E VEÍCULOS que participaram ativamente dos bloqueios e nas manifestações em frente aos quartéis das Forças Armadas, assim como os dados dos respectivos proprietários, pessoas físicas ou jurídicas”, disse Moraes na decisão.

“Determino, ainda, informe se identificaram líderes, organizadores e/ou financiadores dos referidos atos antidemocráticos, com a remessa dos dados e providências realizadas. Fixo o prazo em 48 (quarenta e oito horas)”, disse o Ministro. Alexandre de Moraes é um dos principais alvos dos manifestantes que ainda estão nas ruas desde o resultado das eleições do dia 30.

Além da críticas a Moraes, os manifestantes pedem o não reconhecimento do resultado das urnas. No segundo turno das eleições presidenciais, o ex-presidente Lula ganhou o direito de voltar ao poder a partir de 2023. O resultado já foi reconhecido por países das mais diversas vertentes políticas como EUA, China, Rússia e Ucrânia.

Bloqueios

A atualização mais recente da PRF é ainda da segunda-feira (7), e apontava que existiam ainda 4 pontos de bloqueio em rodovias do país, além de 15 interdições parciais. Em todas as manifestações, os indivíduos estão pedindo por “intervenção federal” e dizem que não aceitarão a vitória de Lula.

De todo modo, o fato é que a quantidade de bloqueios pelo Brasil está diminuindo desde o dia 30 de outubro. Em ao menos dois momentos, o presidente Jair Bolsonaro divulgou vídeos pedindo pela desobstrução das vias em todo o país.

Bolsonaro não chegou a reconhecer verbalmente a vitória de Lula, mas agradeceu pelos seus mais de 58 milhões de votos, o que indica que ele acreditou no processo eleitoral. Além disso, ele também designou o seu ministro Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, para coordenar o governo de transição, o que deixa claro que o governo vai realmente passar para as mãos de Lula em 2023.

Punição aos financiadores

A estratégia do STF para acabar com os últimos pontos de resistência, é encontrar os financiadores dos atos que estão acontecendo no país. Em entrevista à GloboNews nesta semana, um dos procuradores do Ministério Público Federal (MPF), Frederico Paiva, falou sobre o caso.

“Os caminhoneiros tinham cobertura por trás. Ninguém abre mão de trabalhar por todo esse tempo se não há cobertura financeira por trás”, disse ele.

“É de fundamental importância identificar quem fomentou esse movimento, e que sofra severa punição”, disse. “Se não conseguir punir, vai acontecer de novo”, completou Paiva.

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