Quem já fez algum tipo de doação para as vítimas da tragédia que assola o Rio Grande do Sul certamente já se pegou pensando: “será que o dinheiro que eu enviei será mesmo usado da maneira correta?”. Se você já pensou isso, saiba que esta não é uma preocupação que ocorre sem sentido. Existem, de fato, motivos para se preocupar neste sentido.
Ao menos foi o que disse a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) por meio de um alerta divulgado nesta quinta-feira (9). De acordo com o órgão, vários criminosos estão se aproveitando da onda de solidariedade que tomou conta do país nos últimos dias para aplicar uma série de golpes.
Por meio de nota, a Febraban indicou que os doadores não devem deixar de fazer as suas doações por medo. Mas frisou que ao realizar uma transferência por pix, por exemplo, é importante verificar se os dados dos pagamentos são aqueles que foram informados por quem vai receber o dinheiro.
Esta mesma orientação, aliás, também é válida para as pessoas que desejam realizar doações por meio de TED ou boletos bancários.
Outra dica importante é desconfiar dos links falsos. Alguns criminosos estão enviando links para realização de supostas doações para pessoas e animais que estão passando por dificuldades no Rio Grande do Sul. Ao receber um link com esta indicação, a dica é não clicar, e optar por doar de uma outra maneira.
“Muitos criminosos estão aproveitando o momento de comoção pública para criar chaves Pix e pedir dinheiro para sua própria conta. Quando for doar, confira o nome do beneficiário, empresa ou ONG e esteja certo se eles estão realmente fazendo campanhas de ajuda às vítimas”, disse a Febraban.
“Também é muito importante que o cliente não clique em links recebidos por aplicativos de mensagens, de redes sociais e em links patrocinados em sites de busca”, alerta José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.
“Os bancos também têm parcerias com entidades civis locais e estão mobilizando clientes e funcionários para doações às vítimas”, completou a entidade.
Quem também fez um alerta recente sobre golpes foi o governador do estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). De acordo com o chefe do executivo gaúcho, é preciso tomar cuidado no momento de realizar o Pix.
“No meio de tanta solidariedade, tem aproveitadores que usam a sensibilidade das pessoas para aplicar golpes. Isso é lamentável”, disse ele.
De acordo com Eduardo Leite, cerca de R$ 38 milhões já foram doados ao Rio Grande do Sul por meio deste canal. Os valores vêm sendo creditados tanto por pessoas físicas, como também por pessoas jurídicas. Segundo o governo local, todo o valor arrecadado será direcionado para o apoio humanitário às comunidades afetadas pelas cheias.
Já os números da Febrabran indicam que nas primeiras ações e iniciativas cerca de R$20 milhões já foram doados ao Rio Grande do Sul. Estas doações levam em consideração as ações realizadas por bancos como Itaú, Bradesco, Santander, BTG Pactual, Banco do Brasil e Caixa.
Segundo a Febraban, este saldo será direcionado ao atendimento às necessidades dos moradores do estado do Rio Grande do Sul, que foram afetados pelas chuvas e enchentes que castigam o extremo sul do país desde o início da última semana.
O balanço mais recente da Defesa Civil do Rio Grande do Sul é de que 113 pessoas já morreram no estado em decorrência das fortes chuvas. Mas o número total de vítimas tende a aumentar, já que mais de 100 seguem desaparecidos. As chuvas afetam 341 dos 497 municípios do estado.