O Brasil é conhecido mundialmente por ser um dos países referência em cirurgia plástica. Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), em 2018 foram realizadas mais de 1 milhão de cirurgias plásticas no país, além de quase 1 milhão de procedimentos estéticos não cirúrgicos. Esses números colocam o Brasil como líder no ranking de países que mais realizam procedimentos estéticos em todo o mundo. No entanto, essa busca pela aparência perfeita tem levado muitas pessoas a arriscarem suas vidas em clínicas clandestinas.
A morte da jovem Sheiza Ayala, de 22 anos, após um procedimento estético malsucedido em uma clínica clandestina no Paraguai, reacendeu o alerta para os perigos desses locais não regulamentados. Sheiza teve hidrogel injetado no corpo e não resistiu, falecendo no município de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. O médico cirurgião plástico Marcelo Frazão alerta que a maioria das tragédias em cirurgias plásticas acontece devido à atuação de falsos profissionais, que colocam a vida dos pacientes em risco ao realizar procedimentos em locais inadequados, sem infraestrutura adequada e utilizando materiais não regulamentados pela Anvisa.
Além de não possuírem formação adequada, esses profissionais agem de má fé e praticam preços muito abaixo do mercado, atraindo os pacientes pelo custo baixo e não pela qualidade e segurança do procedimento. É necessário que as pessoas estejam atentas e conscientes de que a cirurgia plástica é um tratamento médico e não pode ser realizada por influência da moda ou da busca pela aparência perfeita. É essencial contar com a avaliação de um especialista e escolher uma clínica e um cirurgião plástico confiáveis.
A busca por um resultado satisfatório em uma cirurgia plástica começa com a escolha adequada da clínica e do profissional que realizará o procedimento. O cirurgião plástico Marcelo Frazão ressalta que é fundamental buscar referências e verificar se a clínica e o médico possuem registros e autorizações para atuar. Isso garante que o paciente estará em boas mãos e terá a segurança necessária durante todo o processo.
Um dos riscos mais graves associados às cirurgias plásticas é a embolia pulmonar. Essa complicação ocorre quando um coágulo de sangue se desprende e obstrui a passagem de sangue por uma artéria pulmonar. O cirurgião Elias Carvalho explica que a imobilidade do paciente durante a cirurgia, devido à anestesia geral, é um fator que contribui para o desenvolvimento de trombos, que podem se deslocar até o pulmão, causando a embolia pulmonar.
Para prevenir essa complicação, são utilizados equipamentos como o Sequel, uma meia pneumática que estimula a circulação sanguínea nas pernas. Essa técnica é aplicada tanto em cirurgias longas quanto em cirurgias de menor duração. No pós-operatório, é indicado que os pacientes caminhem, bebam bastante água e fiquem atentos a sintomas como tosse seca, dor no peito ao respirar, sensação de desmaio, palidez, ressecamento da pele e tonturas persistentes.
O trágico caso de Alzenir Vitor da Silva, de 44 anos, que faleceu após realizar uma lipoaspiração em uma suposta clínica de estética clandestina em Boa Vista, Roraima, demonstra a importância da qualificação dos profissionais envolvidos nos procedimentos estéticos. A polícia está investigando o caso, uma vez que o estabelecimento não possuía autorização para operar e o suposto médico responsável não possuía qualificação adequada para realizar o procedimento.
A busca pela aparência perfeita e pela realização de procedimentos estéticos tem aumentado significativamente no Brasil. No entanto, é fundamental que as pessoas estejam conscientes dos riscos envolvidos e escolham clínicas e profissionais qualificados e de confiança. As cirurgias plásticas são tratamentos médicos e devem ser realizadas com responsabilidade e segurança. A saúde e a vida dos pacientes devem sempre ser prioridade, e a busca pelo corpo dos sonhos não pode colocar em risco a integridade física e emocional das pessoas.