O governo brasileiro recentemente anunciou uma medida que visa lidar melhor com a crise do abastecimento do arroz no nosso país. Diante das inundações devastadoras no Estado do Rio Grande do Sul, que é um dos maiores produtores do cereal do território nacional, o governo optou por importar 1 milhão de toneladas para garantir que haja suprimento nas regiões afetadas por insegurança alimentar.
A ação envolveu o investimento de R$7,2 bilhões, contando com a coordenação da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), responsável por distribuir o arroz que foi importado. O volume da importação representa aproximadamente 10% do consumo do grão do ano no país, o que se estima que seja de 10,5 milhões de toneladas.
O Rio Grande do Sul responde por cerca de 70% de todo o abastecimento nacional. Contudo, o recente desastre natural na região resultou em significativos danos à produção, desencadeando a crise neste setor.
As enchentes infelizmente afetaram as lavouras, causando perdas significantes na colheita. Tal situação impactou as cadeias produtivas diretamente, levando ao aumento de preços durante o processo todo, desde os produtores até os consumidores finais.
Diante do cenário devastador, o governo decidiu agir de maneira proativa a fim de mitigar os efeitos da crise, garantindo o abastecimento do arroz no país inteiro.
Mesmo com boas intenções, a iniciativa do governo brasileiro não se viu livre de questionamentos e críticas. Alguns especialistas acreditam realmente que tal medida servirá para a contenção do aumento de preços e para a garantia do abastecimento. Já outros alertam para os possíveis impactos ruins, como especulações e efeito inflacionário.
O sócio da MB Agro, José Hausknecht, afirmou que esse problema é mais logístico do que de falta do produto. Portanto, a intervenção governamental pode ser um tanto prejudicial. Seu argumento é que a ação tende a distorcer o mercado, afetando negativamente toda a produção nacional.
Já o ex-secretário da Política Agrícola, Ivan Wedekin, alertou para os impactos inflacionários da importação, além dos riscos de grande especulação no mercado. Para Ivan, existe uma necessidade de se ter abordagens de longo prazo e mais equilibradas para o governo conseguir lidar com essa crise.
Sindiarroz e a Federarroz, bem como outras associações de produtores do Rio Grande do Sul, solicitaram a Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, o cancelamento da medida e uma revisão da isenção das tarifas de importação. A proposta é de uma cota menor para a importação até o mês de outubro, de forma a preservar as produções nacionais.
Pedro Lupion, deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, fez críticas a decisão. Ele afirma que o país tem estoque suficiente para o atendimento da demanda, o que não requer importação.
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A operação da importação de cerca de 1 milhão de toneladas do grão terá a coordenação da Conab, como citado. Ela será a responsável por distribuir o produto no Brasil todo. O cereal importado contará com a logomarca do Governo Federal, o que garantirá a identificação e a rastreabilidade.
O arroz será vendido nos mercados da vizinhança, hipermercados, supermercados e também nos atacarejos das regiões metropolitanas, como de:
Tais estados foram os selecionados. A base de escolha fora os indicadores da insegurança nutricional/alimentar, visando o atendimento de locais mais afetados pela crise.
Ademais, o preço da venda de arroz importado terá uma tabela: R$ 8 pelo pacote com dois quilos, o que é um valor bem acessível para a maioria da população. A medida tem como intenção conter os aumentos nos preços, garantindo o acesso a esse produto básico que compõe a cesta alimentar dos brasileiros.