Economia

A guerra pode melhorar a economia brasileira?

Diante de tantos prognósticos negativos em relação à economia mundial devido à guerra entre Russia e Ucrânia, nos últimos dias alguns relatórios de conjuntura apontam que a guerra pode melhorar a economia brasileira. E a curto prazo. Entenda.

 

Sabemos que a guerra tem feito com que o preço das chamadas commodities tenha aumentado. Não é novidade para ninguém que o Brasil é um grande exportador de commodities que estão em alta como petróleo, grãos, minério e carnes.

 

Contudo, nenhuma análise econômica pode ser unilateral. O prognóstico de crescimento é de alguns décimos de porcentagem que seriam suficientes para evitar um fechamento de 2022 no vermelho.

 

As outras notícias é que a inflação irá aumentar sem aumento do salário médio real, o que indica que o ano de 2023 vai ser mais difícil, pois com inflação mais alta, taxas de juros também. O crescimento tímido do PIB esperado em 2022 não é sinônimo de bem estar social e popular.

 

Devido ao PIB do ano passado ser melhor que o esperado, existem condições para ações como a diminuição dos impostos ou a liberação do FGTS. O governo federal e os municípios estão gastando em tempo de eleição.

 

A mais nova agora é a queda do dólar. A explicação é o preço das commodities, ativos financeiros e juros altos.

O Brasil possui relações pequenas com países envolvidos nos conflitos, o que não afeta tanto a nossa economia.

 

Contudo, o argumento não é absoluto, pois não sabemos ainda o nível em que o conflito afetará a economia mundial. Dependendo de quanto o conflito se estenda podemos ter um choque inflacionário em que o aumento das commodities pode prejudicar a economia brasileira.

 

Podemos ter sanções que nos afetem mais diretamente devido à guerra. Não há como saber qual será a taxa de juros.

 

Pode ser que as melhorias sejam muito pequenas e os riscos bem maiores. Não há como prever quais serão os acordos políticos para lidar com a economia em 2023. Por hora parece não haver realismo econômico.

 

Fonte: Folha de São Paulo