Um levantamento apresentado pelo senador Flávio Arns (Rede-PR), vice-presidente da Comissão de Educação (CE), nomeado DataSenado, mostra dados sobre o ensino básico e superior no Brasil durante a pandemia de coronavírus.
Entre os quase 56 milhões de alunos matriculados nas instituições brasileiras, 35% (19,5 milhões) tiveram as aulas suspensas devido à necessidade de isolamento. Cerca de 58% (32,4 milhões) passaram a ter aulas remotas.
Segundo a pesquisa, na rede pública, 26% dos alunos que estão recebendo as aulas online não têm acesso à internet.
Arns lamenta os dados e diz que eles revelam que grande parcela de brasileiros que depende do ensino público está desassistida neste período.
“A pandemia tem mostrado a face da desigualdade no Brasil e esse dado mostra que no acesso à educação isso não tem sido diferente. Nossa responsabilidade deve ser garantir que todos tenham as mesmas oportunidades. Só assim poderemos avançar como país”, analisa o senador.
Outra parte do estudo DataSenado exibe a opinião dos pais sobre o ensino conferido durante a pandemia.
Para 63% dos pais de alunos que estão com acesso a aulas remotas, a qualidade do ensino diminuiu. Além disso, 75% dos pais e responsáveis preferem que as aulas voltem a ser presenciais somente quando a pandemia acabar.
Tais números mostram que a pandemia afetou severamente a educação dos 18 milhões de estudantes que necessitam do ensino básico e suas famílias.
Na opinião de Arns, é necessário que medidas urgentes sejam articuladas entre os sistemas de ensino no país.
“Assim como a saúde e a economia, a educação também está sendo fortemente impactada pela pandemia. São milhões de brasileiros sem qualquer alternativa de ensino neste período e precisamos de um plano articulado entre União, estados e municípios para enfrentar essa realidade”, destacou o senador.
A pesquisa do Instituto DataSenado mostra que a diferença entre a educação na rede pública e na rede privada também se revela no acesso dos alunos à internet. Dos lares cujos estudantes estão tendo aulas remotas na rede pública, 26% não possuem internet.
Já na rede privada, o percentual cai para 4%. Ainda segundo os resultados, o celular (64%) e o computador (24%) são os equipamentos mais utilizados para acessar os materiais de estudo.
O levantamento também revelou que sete em cada dez pais entrevistados, cujos filhos tiveram aulas remotas nos últimos 30 dias, relataram que o filho recebeu as atividades por meio online e outros 20% buscaram o material na escola de ensino infantil, fundamental e médio.