Ao longo dos anos, a trajetória das mulheres no mercado de trabalho melhorou. Entretanto, muitos obstáculos ainda precisam ser enfrentados quando o assunto é diversidade de gêneros, principalmente na área de tecnologia.
A saber, apenas 35% dos estudantes matriculados no ensino superior na carreira de T.I são mulheres, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Confira informações interessantes acerca deste nicho.
Outro ponto de destaque é a capacitação de mulheres trans e cisgênero, que deve ser levada em consideração. A CEO da {reprograma}, startup social paulista que ensina programação para mulheres trans e/ou negras, Mariel Reyes Milk explica cinco pontos importantes sobre a preparação feminina para o mercado de trabalho. Confira:
O primeiro passo é trabalhar o indicador mentiroso. Está relacionado ao fato das mulheres não acreditarem na capacidade delas em aprender a programar e se enxergarem como programadoras. Desta forma, é necessário trabalhar bastante essa mentalidade.
Ter um modelo de mulher que elas podem se identificar e se inspirar. Na {reprograma} prezamos por ter ex-alunas negras e/ou trans como professoras e monitoras em nossas turmas, assim as alunas podem conectar com as histórias das professoras e se espelham para alcançar o sucesso profissional.
As mulheres têm que se sentir em um ambiente seguro, onde elas podem aprender e fazer perguntas sem julgamentos. O ideal é que isso aconteça em um local onde há somente uma mulher no meio de vários homens, que já estão bem mais incluídos na área da tecnologia.
É essencial que haja a possibilidade das mulheres se apoiarem, pois assim conseguem compreender que não se trata de uma competição entre elas, e que, juntas podem chegar mais longe.
As redes sociais podem ser ótimas amigas nessas horas, pois com elas é possível compartilhar vagas de emprego e treinamentos. O Telegram, por exemplo, é muito útil porque é um canal de conversa aberta, no qual também utilizamos na startup durante e depois dos cursos de back e front-end. Essa rede de apoio faz com que as mulheres não se percam no meio do caminho e não se sintam sozinhas, além de possibilitar a aquisição de conhecimento constantes.
Atualmente, menos da metade das mulheres negras brasileiras, cerca de 46%, exercem trabalho remunerado e apenas 8% das que trabalham no mercado formal ocupam cargos de gerente, diretora ou sócia proprietária de empresas.
Na fatia de 46% que estava trabalhando, 20% atuavam como autônomas, de acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Indique Uma Preta e pela empresa Box1824.
No ano passado, a {reprograma} realizou, de maneira gratuita, seis cursos de 18 semanas. Teve aproximadamente 35 alunas por turma, formando mais de duzentas mulheres para atuarem no mercado de tecnologia. Contribuiu-se assim para a ampliação da diversidade e inclusão no setor.
Quase metade delas, negras e em situação de vulnerabilidade, tiveram a oportunidade de se formarem em front-end ou back-end. Utilizaram ferramentas modernas e bastante requisitadas no setor, como React e Node, por exemplo. Isso possibilitou que as alunas saíssem preparadas para atender à crescente demanda das empresas.
Com o intuito de continuar diminuindo a lacuna de gêneros no mercado de tecnologia, a startup social está com inscrições abertas para o programa “Todas em Tech”.
Gratuito e com duração de 18 semanas, tem por objetivo ensinar programação. Vai contar com a participação de aproximadamente 2,4 mil mulheres em oficinas online. Para saber mais acesse o site: https://reprograma.com.br/todas-tech/
Já publicamos aqui no Notícias Concursos uma matéria sobre essa oportunidade. Leia: Programa gratuito tem cursos de programação para mulheres trans e negras