O Datafolha divulgou uma pesquisa nesta última segunda-feira (20) onde mostrou que 45% dos brasileiros estão com alguma dívida ou contas em atraso. Os outros 55% que foram entrevistados estão com todos os débitos em dia.
Cerca de 25% das dívidas são relacionadas ao mal uso do cartão de crédito, além de que 22% revelou estar com a conta de luz atrasada e 16% a de água. Outras contas que foram incluídas na pesquisa são as de aluguel e prestação de imóvel, 11%, gás, 8%, mensalidade da escola ou faculdade, 6%, prestação de automóvel ou motocicleta também com 6%, saúde com 5%.
A pesquisa também tomou como base todas as regiões do Brasil. A taxa mais alta de dívidas ativas é para as regiões Norte/Centro-Oeste com 53%, seguido do Nordeste com 48%, Sudeste com 42% e o Sul com o menor número de contas em atraso, 36%.
O número de brasileiros com dívidas em atraso bateu recorde no mês de agosto, de acordo com uma pesquisa que foi divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismos (CNC). O levantamento mostrou que 72,9% das famílias possuem algum tipo de dívida, contra os 71,4% que haviam sido registrados no mês anterior.
Esse é o maior percentual desde 2010, quando foi inaugurada a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor. De acordo com a estimativa da CNC, 11,89 milhões de famílias chegaram ao mês de agosto com alguma dívida.
As fragilidades no mercado de trabalho formal e o avanço no setor informal acabam trazendo mais incertezas para as famílias, com um elevado índice de desocupação, além da inflação elevada que acaba contribuindo para uma maior taxa de endividamento, com dificuldade das famílias em pagar as contas com um salário que não acompanha a inflação.
Outros fatores também são relevantes, como uma baixa taxa de juros e as mudanças dos comportamentos dos consumidores, o que também influencia uma maior contratação de crédito e dessa forma um maior risco de se endividar, pois, quando estes se comprometem com uma dívida e não a pagam, entram no grupo de inadimplentes.
Vale lembrar que estar endividado não é o mesmo que estar inadimplente. Quando a pessoa se compromete a realizar um pagamento no futuro, o indivíduo acaba contraindo uma dívida e dessa forma está endividado. Agora, para entrar em uma situação de inadimplência, o consumidor tem de não pagar a dívida até a data de vencimento.
A proporção de famílias que estão inadimplentes, ou seja, realmente estão com contas em atraso hoje, está em 25,6% no mês de agosto, um pouco abaixo do índice registrado há 1 ano, quando estava em 26,7%. Mesmo que o registro de inadimplência ainda esteja controlado, a alta dos juros acaba ampliando os riscos do acirramento desses indicadores e do aumento do número de dívidas não pagas.