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42% das pessoas nunca usaram apps de encontros por medo de golpes, aponta pesquisa

Apesar de milhões de pessoas usarem aplicativos de encontros online ou redes sociais para encontrar parceiros, muitas outras têm medo de encontrar um golpista. De acordo com um estudo da Kaspersky, empresa internacional de cibersegurança, 42% das pessoas não usam os apps de paquera pelo perigo de encontrar estelionatários. Já outros 29% não confiam em pessoas que usam apps de namoro. 

O medo é real, já que muitos casos de estelionato ocorreram dentro dessas plataformas, com farsantes talentosos que tentam induzir suas vítimas a dar dinheiro. Os golpistas são atraídos pelos serviços de namoro porque sabem que as pessoas que usam essas plataformas procuram uma conexão pessoal e eles visam tirar proveito disso.

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O levantamento contou com a participação de 18 mil pessoas, em 27 países. Ele mostrou que o problema mais frequente é o “catfishing”, um tipo de atividade enganosa onde uma pessoa cria uma identidade falsa nas redes sociais (61%), links ou anexos maliciosos (37%) ou o roubo de identidades (8%). 

Aqueles que conseguiram evitar um ataque foram capazes de identificar um fraudador com um perfil que parecia falso (59%); eram extremamente cuidadosos e nunca enviavam dinheiro para aplicativos de namoro (50%) ou prestavam atenção a mensagens suspeitas (41%). Mais de um quarto (27%) dos respondentes desconfiaram quando o golpista se recusou a fazer uma chamada de vídeo. 

Falta de privacidade

A falta de privacidade também é um problema grave dos aplicativos de encontros: 35% dos respondentes temem que seus dados pessoais sejam distribuídos on-line. Tanto que 16% dos participantes da pesquisa afirmaram ter excluído os serviços de encontros porque queriam tornar suas informações pessoais mais privadas. 

Segundo Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil, quando alguém se inscreve em um app de paquera, ela está disposta a revelar informações pessoais. “Afinal de contas, para se conhecer alguém, a pessoa está disposta a compartilhar parte de sua intimidade com outra pessoa. Mas esta é a fraqueza deste tipo de comportamento digital, pois diferente de um encontro presencial, você não tem garantia de quem está do outro lado da conversa”, pondera. 

Para o analista, as pessoas precisam saber reconhecer o que o fraudador deseja: dinheiro, dados, uma identidade ou até mesmo alguém para perseguir ou chantagear. “Se alguém te pedir dinheiro ou dados pessoais no primeiro ou segundo dia de encontro online, é melhor avaliar se vale a pena dar continuidade à comunicação”, diz Assolini. 

As novas tecnologias têm uma função ambivalente. Por um lado, é a mídia favorita, e muitas pessoas já sabem como se proteger. Por outro, as pessoas estão cientes de que há muitas formas, algumas sofisticadas até, de usá-las indevidamente. 

Terapeutas indicam que, ao se sentir invadido por perguntas pessoais, questione-se: por que essas informações são importantes para a outra pessoa? E aí não importa se ela está perguntando sobre sua situação financeira, saúde, seu empregador e sua posição na empresa, solicitando fotos eróticas, para citar apenas alguns. 

“É preciso ter muita cautela e, se houver uma sensação estranha persistente, o contato deve ser interrompido imediatamente”, comentam os terapeutas Birgitt Hölzel e Stefan Ruzas, da clínica de Munique Liebling + Schatz. 

Recomendações para evitar golpistas:

  • Confira suas configurações de privacidade em suas contas de mídias sociais, além dos aplicativos de encontros, para garantir que informações sigilosas, como seu endereço residencial ou seu local de trabalho, não sejam divulgadas publicamente.
  • Você pode reduzir o risco do “doxing” (prática virtual de pesquisar e de transmitir dados privados sobre um indivíduo ou organização) com uma rápida verificação. Procure por si mesmo no Google. Imagine que você está tentando encontrar informações sobre você e veja o que consegue descobrir.
  • Use uma solução de segurança eficaz, que ofereça proteção avançada em vários dispositivos.
  • Não compartilhe seu número de telefone ou seu identificador de aplicativos de mensagens. É mais seguro usar as plataformas de mensagens internas do aplicativo de encontros e é sensato fazer isso até ter certeza de que pode confiar na pessoa com quem está conversando.
  • Tenha cautela e desconfie de ações persistentes. Corte o contato se não se sentir confortável.