A Avast, famosa por suas soluções de antivírus, divulgou os resultados de uma pesquisa realizada com 1 mil brasileiros, perguntando para as pessoas em relacionamento se já acessaram o dispositivo móvel de seus parceiros. Os resultados revelam que 61% (57% homens versus 65% mulheres) espiaram o telefone de seus parceiros e, destes, 41% o fizeram sem permissão (36% homens versus 45% mulheres). Apesar disso, 69% dos brasileiros que verificaram o telefone do parceiro, concordam que não têm o direito de acessar o dispositivo sem permissão.
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É consenso que qualquer acesso a um dispositivo móvel sem permissão de seu dono é uma violação de privacidade. Dos brasileiros que acessaram o dispositivo do parceiro, 23% admitiram ser intrometidos.
Para piorar, há aqueles (3%) que acessam o smartphone para instalar um aplicativo sem o consentimento do parceiro, provavelmente algum app espião, que rastreia os movimentos do usuário. Outros 2% invadiram o aparelho porque queriam verificar onde o seu parceiro estava fisicamente em um determinado momento e local. Esses números podem parecer baixos, mas esse comportamento pode representar um grande problema, psicologicamente e até fisicamente, para os indivíduos afetados que foram espionados.
As razões que as pessoas deram para bisbilhotar os dispositivos de seus parceiros variaram de suspeitas de traição a simplesmente serem intrometidas. A maioria (35%) diz que queria ver algo no celular do parceiro com permissão, enquanto 18% dizem que isso é comum em seu relamento e é recíproco.
No entanto, 9% queriam saber se o parceiro estava mentindo e 21% apenas por curiosidade. As mulheres são um pouco mais curiosas que os homens (25% para elas versus 23% para eles) e também são mais “teimosas”: 9% delas queriam mostrar ao parceiro que ele estava mentindo (não relacionado à traição); entre os homens, essa desculpa foi usada por 6% deles.
Segundo o Centro de Defesa do Direito da Mulher (CDDM) de Alagoas, essa prática comportamental de invasão da individualidade do outro está ligada ao apego relacionado a um amor romântico que manipula, é ciumento e controla. Geralmente, as coisas acontecem aumentando de grau aos poucos e de forma sutil, podendo escalar a níveis mais sérios de invasão de privacidade, perseguição e até agressões físicas.
Dezesseis por cento dos brasileiros que bisbilhotaram os telefones, encontraram evidências de que o parceiro estava escondendo algo. Um quarto (25%) dos entrevistados admitiram terem brigado sobre algo descoberto no telefone do parceiro.
Os aplicativos de galeria de fotos e vídeos foram os mais acessados (49%), seguidos por aplicativos de mensagens de texto ou apps de mensagens similares (39%), e por aplicativos de redes sociais como Facebook ou Instagram (37%).
Nem todas as pessoas que verificaram o dispositivo de seus parceiros tiveram que fazê-lo sorrateiramente. Metade (53%) sabia a senha porque seu parceiro já havia contado; enquanto 24% dos entrevistados não precisaram de uma, porque o telefone do seu parceiro não estava protegido por senha.
Outros memorizaram a senha de seus parceiros (7%); enquanto 6% enganaram o seu parceiro para desbloquear o telefone para que pudessem acessá-lo; e 1% usou a impressão digital do seu parceiro enquanto dormia para desbloquear o telefone, ou algo semelhante.
A Avast compartilha as seguintes dicas para proteger os dispositivos móveis contra espionagem indesejada:
A pesquisa online foi realizada entre 1.000 usuários do Avast, de 27 de janeiro de 2022 a 23 de março de 2022.